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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), defendeu, nesta terça-feira (17), que a obra de pavimentação dos 918 quilômetros da BR-319, entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO), passe por um estudo baseado em dados e evidências científicas.
“Se isso já tivesse sido feito, nós teríamos um suporte técnico para poder ter uma resposta definitiva”, reforçou a ministra.
Há uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma ordem de serviço autorizando a pavimentação de 20km da rodovia, com previsão de licitar mais 32km de um trecho com licença ambiental desde 2007. Segundo o governo federal, serão investidos R$ 157,5 milhões na obra.
O trecho que será asfaltado é parte das áreas que permanecem funcionais na BR-319 e não integra os cerca de 400km no meio da extensão da estrada, que ambientalistas alertam que poderia causar danos graves ao ecossistema.
Marina Silva afirmou que a obra só terá uma definição após avaliação técnica. “Os atalhos que foram feitos durante todos esses anos não levaram a nada. O governo Bolsonaro, em 4 anos, não fez a estrada e, no apagar das luzes, na saída, deu uma licença que não levou em conta a posição dos técnicos”, observou.
A licença prévia que autorizou, em 2021, a pavimentação do trecho entre os quilômetros 250 e 656 foi revogada por uma decisão liminar da 7ª Vara da Justiça Federal, em julho deste ano, e no mês seguinte o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) confirmou a decisão ao negar um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) pela suspensão da liminar.
“Os atalhos durante os últimos 16 anos não têm levado a lugar nenhum. Por isso, eu insisto que é fundamental que se faça um estudo, uma avaliação ambiental estratégica, para que não se tenha o agravamento da grilagem e do desmatamento naquela área, que é no coração da Amazônia”, reforçou Marina.
As declarações foram dadas ao programa Bom Dia, Ministra, da EBC. Marina tratou das medidas implementadas pelo governo federal no enfrentamento aos incêndios florestais.
Para a ministra, a obra de pavimentação da BR-319 sem um estudo adequado pode ser prejudicial à região. “Pode agravar de maneira assustadora o problema da seca, da estiagem e, com certeza, aumentar inclusive esses incêndios que temos hoje”, concluiu.
(Com Agência Brasil)
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